A palavra poesia vem do termo latim poēsis, que, por sua vez, deriva de um conceito grego. Trata-se da manifestação da beleza ou do sentimento estético através da palavra, podendo ser sob a forma de versos ou de prosas. Em todo o caso, o seu emprego mais usual está relacionado com os poemas e com as composições em verso.
Embora seja difícil definir a origem da poesia, foram encontradas inscrições hieroglíficas egípcias que remontam ao ano 2600 a.C., consideradas como sendo a primeira manifestação poética de que se tenha registo. São canções, cuja música se desconhece, que possuem significação religiosa e que aparecem desenvolvidas em distintos géneros, como odes, hinos e elegias.
Na antiguidade, a poesia teve um carácter ritual e comunitário, especialmente em povos como os sumérios, os assírios, os babilónicos e os judeus. Para além da religião, foram surgindo outras temáticas como o tempo, os lavores quotidianos e os jogos.
Existem certas normas formais que fazem com que um texto seja considerado como parte da poesia, como é o caso dos versos, das estrofes e do ritmo. Este tipo de características faz parte da métrica da poesia, onde os poetas aplicam os seus recursos literários e estilísticos. Sempre que se está perante um grupo de autores que partilha as mesmas características nas suas poesias, costuma-se falar em conformação de um movimento literário.
Entre as principais características da poesia, pode-se mencionar o uso de elementos de valor simbólico e de imagens literárias como a metáfora, que requerem uma atitude activa por parte de quem lê os poemas para poder descodificar a respectiva mensagem.
Fernando pessoa
"Ser poeta não é uma ambição minha. É a minha maneira de estar só".
Autopsicografia
O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.
E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.
Fernando Pessoa, in 'Cancioneiro'
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.
E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.
Fernando Pessoa, in 'Cancioneiro'
Miguel de cervantes saavedra
"O ano que é farto em poesia costuma ser o mesmo em fome".
FEDERICO GARCÍA LORCA
"A poesia é a união de duas palavras que ninguém poderia supor que se juntariam, e que formam algo como um mistério".
LUIS GARCÍA MONTERO
"A poesia é um ajuste de contas com a realidade".
mÁRIO QUINTANA
SIMULTANEIDADE
- Eu amo o mundo! Eu detesto o mundo! Eu creio em Deus! Deus é um absurdo! Eu vou me matar! Eu quero viver!
- Você é louco?
- Não, sou poeta.
Mario Quintana- Eu amo o mundo! Eu detesto o mundo! Eu creio em Deus! Deus é um absurdo! Eu vou me matar! Eu quero viver!
- Você é louco?
- Não, sou poeta.
Poesia é escrever o mundo de uma forma misteriosa, com a tinta do absurdo, o absurdo mais verdadeiro que existe e habita todos os seres, lida com os afetos que flutuam pela atmosfera, é coro formado pela voz do coração do poeta e a voz do coração do leitor. Poesia não se lê, se esfrega no peito.
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